RE(Brading)
Eu gosto muito de compartilhar a visão que tenho para a Nomad e essa foi a edição que me deixou mais feliz ao escrever. Um agradecimento especial a todos que tem acompanhado essa jornada.
Rebranding parece ser um pleonasmo pra mim. Branding, por definição, é algo que está sempre em movimento com constantes mudanças e adaptações. Por isso até escrito no gerúndio. Rebranding não me soa bem, mas vou continuar citando essa palavra aqui para melhor entendimento.
Em 2023 fizemos o (re)branding da Nomad mudando logo, posicionamento, produtos e fazendo um grande investimento para tudo isso. Deu retorno. Nossa marca hoje possui mais presença, tem um logotipo que conversa com os valores desenvolvidos pela marca ao longos dos anos e impacta mais as pessoas, resultando - junto com outros vários fatores - em resultados melhores. (Post de lançamento do nosso rebranding de 2023 abaixo)
Desde que fizemos o rebranding, ou até mesmo antes disso, eu já achava que a Nomad possuía uma áurea em volta dela, um nome imponente, uma logo ainda mais impactante pós rebranding, uma comunidade de fãs da marca, produtos de qualidade, serviço próximo ao cliente. Como se a marca tivesse vida e fosse uma entidade acima de todos que fizeram ou fazem ela acontecer no dia a dia. A marca Nomad não depende de mim, não depende de outros sócios ou outros funcionários. A presença da marca é tão forte que os valores que ela representa já estão intrínsecos no nome de forma literal - no conceito de nômade - ou nos valores que construímos ao longo dos últimos anos e das ações que costumamos fazer.
Li uma passagem ontem na biografia do steve jobs onde ele está no momento de voltar a Apple, ali por volta de 1997 após ficar uma década longe da empresa. Nessa passagem Jobs diz a Markkula (o primeiro investidor da Apple) que voltaria a Apple se fosse para fazer uma empresa que durasse e perguntou a markkula qual seria a fórmula para isso. Markkula respondeu que empresas que duram sabem se reinventar. A HP começou sendo uma empresa de calculadoras, depois de computadores e que a Apple não deveria ser uma empresa de computadores, mas focar em novos produtos e se categorizar como uma empresa não só de computadores. Bom, o resto é história.
Assim como a Apple ou HP temos outros vários exemplos como Netflix quando virou o modelo de negócios para streaming ou a Nokia que antes era uma empresa de papel e se tornou uma empresa de telefones ou até mesmo a Samsung que começou sendo uma empresa de exportação de peixe.
E como exemplo mais admirável está a Patagônia que começou vendendo mosquetões para escalada e se transformou na empresa mais admirada dos EUA com uma infinidade de produtos para vários esportes e ocasiões.
Assim como essas empresas que listei acima, a Nomad foi criada para ser uma empresa que durasse. E para mim não faz sentido ficar somente no jogo do curto prazo. A Nomad de amanhã tem que matar a Nomad de hoje.
E é isso que vamos começar a fazer em 2024.
Nascemos e atuamos hoje no segmento de ciclismo, temos algo de moda casual mas nunca foi o nosso foco, nosso core business está na bike. Isso tem pontos positivos e negativos.
Positivos:
Marcas de nicho são tendências e atingem melhor o seu público alvo.
Comunicar diretamente com apenas um público alvo é bem mais assertivo do que comunicar para vários.
Conseguir se diferenciar de forma clara.
Geração de autoridade naquele nicho.
Construção de comunidade ao abraçar aquele nicho.
Negativos:
O nicho de bike no Brasil é um mercado pequeno para a quantidade de players de nicho que competem entre si.
O mercado de ciclismo no Brasil é imaturo: cadeia de suprimentos falhas, lojistas multimarcas não capacitados e pouca formalidade do segmento.
A barreira de entrada para qualquer pessoa começar no ciclismo é alta com preços de uma boa bike valendo de 6 a 30 salários mínimos na média.
Hoje, com nosso know-how fabril, experiência de desenvolvimento de produtos, de tecidos, aviamentos e consultas a nossa comunidade ativa de clientes achamos que estamos deixando uma grande oportunidade na mesa ao permanecer competindo nesse mar vermelho, ou melhor, nessa lagoinha vermelha rs.
O mercado endereçável de uma marca como a nossa que já construiu raízes fortes no ciclismo pode ser muito maior que o atual. Nessa apresentação abaixo que fiz para o time há alguns meses, ilustrei o que podemos estar deixando de abocanhar como marca. (Eu não confio exatamente nessas projeções de mercado, são estimativas que não devem ser levadas ao pé da letra, mas dão uma ideia de um potencial mercado):
Além disso, já fizemos algumas pesquisas com nossos clientes e a pergunta que mais me chacoalhou para tomar decisões de ampliação de mercado para a Nomad foi essa:
“Quais palavras ou conceitos podem ser associados à marca Nomad?”
E as respostas foram, da mais citada para a menos citada, essas:
Aventura
Liberdade
Diversão
Lifestyle
Montanha
Natureza
Velocidade
Humor
Jornada
Comunidade
Nenhuma delas está 100% ligada ao ciclismo. Todas podem ser adaptadas a outros esportes e a um lifestyle que englobe a maior parte delas. O que nos fez pensar durante bons tempos o que seria a futura Nomad, até chegarmos a essa visão:
E como escrevi nesse post colaborativo com a Nomad (abaixo), estamos deixando de atender muitas pessoas que compartilham dos nossos valores mas não estão no nicho do ciclismo. Ao longo dos anos nos desenvolvemos muito em ciclismo e roupas e acessórios específicos para isso, mas chegou a hora de matar a Nomad de hoje e construir a Nomad de amanhã. Vamos abandonar o ciclismo? De jeito nenhum. Mas vamos deixar de ser parte dependente do ecossistema de ciclismo para criar o ecossistema Nomad, onde o ciclismo será uma parte muito importante.
No dia 01/07 (segunda) vamos lançar uma coleção de produtos com uma pegada que jamais fizemos, para atender pessoas de todos as tribos que compartilham nossos valores e lifestyle. Temos como missão espalhar cada vez mais a palavra e os valores da nossa marca que vejo tão importantes para evolução do ser humano, da natureza e da nossa relação interior com nós mesmos.
Esse não é um movimento de apenas um lançamento e já temos agendado grandes mudanças para o segundo semestre no intuito de engrandecer ainda mais essa visão que temos de marca. E, como disse no início, o Branding é mutável e adaptativo. Que continuemos nos reinventando nos próximos anos.
EXTRA
Fizemos uma expedição para a lapinha da serra (próximo a BH). Um lugar mágico pra mim e com toda certeza mágico para boa parte da comunidade Nomad. Esse é um pequeno spoiler do que vem por aí:
Fique ligado nas redes sociais da Nomad na próxima segunda.
Top demais, Bernardo! Também acredito que vocês estão além da bike. Vão acertar em cheio 🎯🚀
Muito bom, Bernardo! Eu já garanti a minha Nomad Casual 🤟🤟🚀